Passava das 10h da manhã de uma sexta-feira nublada no Recife. O telejornal que vai ao ar às 11h45 já estava quase pronto. Entre as notícias destacadas, nenhuma delas remetia a tua partida, era cedo demais. Mas uma voz no rádio anunciava o fim da tua lida.
Por um minuto, rei, ficamos mudos de saudade.
Mas a tua grande alma de artista se fez presente até em tua morte. O clima frio, que cercava o dia, foi dando espaço ao caloroso adeus das multidões.
Logo nós, que dias anteriores comemoramos o teu avanço perante a doença, não queríamos nos convencer que a melhoria tinha sinônimo de despedida.
Mas rei, tu já tinhas sido eternizado, antes mesmo de partir. Um brega chique que ensinou o Brasil a viver um pouco em Paris. Mon amour, meu bem, ma femme.
Artista com trezentos corações, diplomado em engenharia, mas feito da música. E foi com isso que você me conquistou.
Majestade unânime entre garçons, cornos e levianas. Adorador dos singelos e esquecidos personagens dos Brasis.
Coração do Recife e herança entre gerações.
Tu se fostes. A alegria me disse adeus. Eu não tive coragem de respondê-la, rei. Acredito na eternidade e nela tu és o bailinho que não há de acabar.
Descansa, Rossi!
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